O valor das indemnizações já solicitadas de seguros até ao momento devido à tragédia no Rio Grande do Sul alcança 1,673 bilhões de reais, informou a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em coletiva. Segundo o presidente da entidade, Dyogo Oliveira, “certamente podemos considerar [a catástrofe] como o maior sinistro vindo de um único evento na história do setor no Brasil”.
Conforme Oliveira, os números serão revisados novamente em quatro semanas. Oliveira afirmou que as enchentes no Rio Grande do Sul podem ter impacto financeiro maior do que a pandemia de covid-19, que causou perdas seguradas de mais de 7,5 bilhões para o mercado, e a seca de 2022 na região, que alcançou um valor de sinistros de 8,8 bilhões.
O dirigente explicou que a maior parte dos sinistros ainda não foi avisada. Os impactos só serão conhecidos quando a água baixar.
O levantamento da CNseg mostra que, no momento atual, o segmento de automóveis concentra o maior valor de indenizações requisitadas, de 557,4 milhões de reais. Logo em seguida, aparecem os grandes riscos, com 507 milhões de reais.
Os seguros residencial e habitacional somam avisos de 239,2 milhões de reais. O seguro agro alcança um valor de 47,3 milhões de reais.
Outros ramos somam 332,13 milhões de reais de avisos de sinistros. Em termos de quantidade de avisos de sinistros, há, atualmente, 23.441 acionamentos no total.
As modalidades residencial e habitacional alcançam o maior número, com 11.396 aberturas de pedidos. O ramo auto aparece em segundo, com 8.216 solicitações.
Agro e grandes riscos aparecem na sequência com 993 e 386 avisos, respectivamente. Outros ramos somam 2.450 solicitações feitas.
De acordo com Oliveira, os dados representam uma fotografia do momento, porque se baseiam apenas nos sinistros já avisados e em estimava preliminar do custo dos sinistros. “Os números vão crescer muito nas próximas semanas e vamos atualizá-los.”
O presidente da CNseg enfatizou que o setor está preparado para absorver tanto a perda atual quanto as futuras. “São valores perfeitamente provisionados pelas seguradoras, recursos que as companhias mantêm em reservas técnicas, ou seja, tem recursos suficientes para enfrentar esse problema.”
Na visão da confederação, o evento no Rio Grande do Sul é uma ocorrência “extraordinária” e “não se espera que seja repetido no futuro próximo”. Conforme Oliveira, “não imagino que vai impactar o custo do seguro e planejamento das empresas para o Estado”.
Na avaliação do dirigente, os ramos de grandes riscos e de automóveis tendem a ser os mais impactados em termos de volume de indenizações.