Juscelino Filho indiciado pela PF por suposto desvio de emendas no Maranhão.
A cidade é comandada por Luanna Rezende, irmã de Juscelino. Ela foi afastada do cargo no ano passado, mas retomou o mandato após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
É a primeira vez que um integrante do primeiro escalão do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é indiciado. O ministro nega irregularidades e aponta “ação política” da corporação.
O indiciamento foi antecipado pelo jornal Folha de São Paulo e confirmado pelo GLOBO. A ação que tramita no STF era relatada pelo ministro Luís Roberto Barroso, mas foi herdada pela então ministra Rosa Weber em setembro.
Com a aposentadoria de Rosa, quem assumiu a relatoria foi o ministro Flávio Dino, que foi colega de Juscelino na Esplanada dos Ministérios até janeiro deste ano. Juscelino criticou a investigação em nota, afirmando que “apenas indicou emendas parlamentares para custear obras”.
Segundo ele, a “investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”. Ele ressaltou que a empresa que executava a obra investigada é de grande porte no Maranhão, executando várias outras obras.
A emenda parlamentar investigada foi indicada por Juscelino quando ele era deputado federal, antes de assumir o cargo de ministro. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% da estrada custeada pela emenda beneficiou propriedades dele e de seus familiares na região.
O documento da CGU foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo. O ministro afirmou que as emendas indicadas por ele foram repassadas dentro da legalidade e beneficiaram 11 povoados de Vitorino Freire.
Ele defendeu a importância da obra para a população da região. A obra de pavimentação da estrada foi executada pela construtora Construservice, que tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como “Eduardo DP” ou “Imperador”.
O relatório da PF aponta que Juscelino integraria uma “organização criminosa” com o empresário com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular de Eduardo DP no período entre 2017 e 2020. Os advogados de Juscelino contestaram as perguntas e a amplitude da investigação, alegando que o propósito é devassar a vida do ministro.