Os registros de entrada do Palácio do Planalto, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, apontam que as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach entraram no prédio às 18h42 e deixaram o palácio às 19h56. Juliana Bierrenbach afirmou: “Eu acredito, até que se isso aqui vier à tona, a gente vai ser bastante, é atacada, mas francamente, eu não tenho o pouco nem pouco a fazer. O que é que acontece? Eu juntei aqui.
Eu fiz um, um pedido, é, general. Especialmente pro GSI. Porquê? É um pedido de averiguação.
Dos sistemas de inteligência que atendem à Receita Federal, mas o pedido precisa, a averiguação precisa, feita, feito pelo Serpro”. Segundo os dados oficiais, a visita foi ao segundo andar do prédio – não há registro de quem se encontrou com a advogada. Luciana permaneceu no prédio entre 11h05 e 11h26. A visita foi informada pela Receita à Câmara dos Deputados, em 2021, após pedido de parlamentares de acesso a informações sobre os encontros.
Tostes receberia uma das advogadas mais uma vez no dia 4 de setembro. No mesmo mês, Tostes consta de duas agendas oficiais com Jair Bolsonaro: a primeira, em 9 de setembro, incluía também o chefe do secretário, o então ministro Paulo Guedes; e outra em 11 de setembro, esta com Guedes, Tostes e outras pessoas. Cerca de uma semana após a última agenda de Tostes no Planalto, o secretário da Receita se reuniria mais uma vez com a defesa de Flávio Bolsonaro e o próprio senador, desta vez. O Serpro é a empresa pública responsável pelo processamento de dados da Receita Federal.
Em documento de 16 de outubro dirigido às advogadas, o então diretor-presidente do Serpro, Gileno Gurjão, diz ter recebido da Receita “a demanda COTEC 0175/2020 para a realização de apurações especiais com objetivo de identificar os acessos aos sistemas” de uma lista de contribuintes da Receita que incluía o senador Flávio Bolsonaro.