Analistas preveem superação temporária do pico do dólar, mas alertam sobre as contas públicas.

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Os especialistas, contudo, alertam que a cotação do dólar depende da situação das contas públicas. Embora não deva impactar na indústria e no comércio, a alta do início de julho da moeda dos Estados Unidos foi considerada no reajuste do preço da gasolina pela Petrobras. Eyng reforça que, por ter sido um período curto, os empreendedores estavam protegidos por seguros ou preferiram não adquirir produtos. Ou seja, a alta na moeda americana não deve se refletir no preço dos produtos.

“O dólar deve voltar para o voo de cruzeiro em torno de R$ 5,20, R$ 5,25, e esse momento aí não vai gerar impacto”, declarou. O analista ressalta que a previsão do relatório “Focus” do Banco Central, que traz as expectativas do mercado financeiro para indicadores econômicos, aponta a cotação média do dólar para R$ 5,20 ao final de 2024. “Não vejo grandes impactos. E foi um momento curto.

Dentro do ano, é um impacto pequeno”, resumiu. “Agora a gente já vê que muito da ‘poluição’ da moeda eram ruídos políticos e fiscais, que já foram revertidos até certo ponto. Podem ser ainda mais, caso o cenário externo continue a se mostrar favorável. Então, é algo que preocupa sim, mas tem impactos limitados”, declarou.

“Ele [o aumento] tem dois impactos. Não é muito popular, tem impacto inflacionário, porém o mercado gostou muito”, declarou Eyng. O especialista em combustíveis da consultoria Argus, Amance Boutin, explica que o pico do dólar acentuou uma defasagem já existente no preço da gasolina. “No auge do pico de preços, estávamos com uma diferença no exterior de R$ 0,78 por litro, então começou a ficar mais urgente ali para fazer esse reajuste”, declarou.

O reajuste na gasolina é um dos fatores considerados no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador da inflação. – Outro combustível que tem impacto inflacionário é o diesel. Isso porque a maior parte dos produtos e alimentos são transportados no Brasil por caminhões, que usam o óleo diesel. O combustível é, portanto, um dos componentes de preço dos produtos.

Embora haja defasagem no diesel, a Petrobras não reajustou o preço do combustível. “A questão do diesel tem essa particularidade de estar mais atrelado à inflação. A gasolina também, mas um pouco menos, até porque no Brasil você tem a alternativa do etanol”, declarou Boutin.

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