Em março de 2024, a aposentada Ana Beatriz Peixoto tomou um susto quando descobriu uma empresa no nome dela. E, em 2023, golpistas fizeram empréstimos e até alugaram um imóvel usando o CPF da aposentada.
“Tive meu nome negativado, tive que renovar meu cheque especial. Para fazer a renovação no banco, tive que comprovar que eu era eu, porque estava com restrição.
Você não consegue entender como eles conseguem pegar tantos dados seus e ter a facilidade que têm em fazer isso”, diz. O número de empresas abertas com CPFs fraudados aumentou em 30% em 2023 se comparado com 2022.
E só em 2024, a Receita Federal identificou uma média diária de 15 empresas criadas irregularmente. Geralmente, são dados que estavam desprotegidos em um ambiente onde circulamos o tempo todo: a internet.
Com o CPF furtado, o criminoso cria um CNPJ fraudulento e consegue abrir contas em bancos, pegar empréstimos em nome da falsa empresa. A Receita Federal lançou um recurso que promete blindar o CPF das fraudes.
Basta acessar o site do Governo Federal, ir até a aba “Serviços e Informações do Brasil”, depois “Empresas e Negócios”, “Redesim”, e clicar em “Proteger meu CPF”. É preciso fazer o login com a conta gov.br.
“Se em algum momento um fraudador, uma pessoa não autorizada for utilizar o seu CPF, seus documentos sem a sua autorização para abrir um CNPJ ou para te incluir em um quadro societário, ele não vai conseguir. O sistema não vai dar andamento àquela solicitação porque seu CPF estará protegido”, explica Joyce Frade Machado, superintendente-adjunta da Receita Federal.
O advogado Henrique Silva Freire, especialista em Direito Tributário, reforça que os nossos dados são valiosos e que devemos protegê-los também no meio digital. “Nesse universo digital, é importante que o cidadão entenda que seus dados sensíveis precisam de proteção, assim como você tem com seus dados físicos, sua própria carteira de dinheiro.
Se você fizer seu cadastro digital e aderir a esse programa de proteção, você estará recebendo uma blindagem, uma proteção que vai te prevenir de um prejuízo maior que pode acontecer”, afirma Henrique Silva Freire.