Justiça da Venezuela ordena detenção do opositor Edmundo González a pedido do MP.

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O mandado de prisão, assinado pelo juiz Edward Briceño, ordena que o diretor da Divisão de Captura do Corpo de Investigações Científicas, Criminais e Criminalísticas realize o procedimento. “Nesse sentido, informo que, uma vez realizada a apreensão do referido cidadão, ele deverá ser imediatamente colocado à disposição do Ministério Público, que, por sua vez, deverá apresentá-lo perante este Órgão Jurisdicional no prazo de quarenta e oito (48) horas após sua apreensão, mediante notificação prévia ao Ministério Público, para fins de realização da audiência oral na presença das partes”, diz parte da ordem.

González é acusado de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, conspiração, “sabotagem de danos aos sistemas” (sic) e associação no pedido de prisão entregue pelo promotor Luis Ernesto Dueñez, encarregado da 58ª Promotoria Nacional, ao Primeiro Tribunal Especial de Primeira Instância, com jurisdição sobre casos de terrorismo. O chavismo considera essas atas “forjadas”.

A líder da oposição reagiu ao mandado de prisão dizendo que o governo “perdeu a noção da realidade”:
“Eles perderam todo o senso de realidade. Ao ameaçar o presidente eleito, eles só conseguem nos aproximar e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González.

Serenidade, coragem e firmeza. Estamos seguindo em frente”, escreveu María Corina no X.

Nenhuma das três intimações especifica se González foi convocado como acusado, testemunha ou perito, de acordo com a lei venezuelana.

Fala apenas em “dar uma entrevista em relação aos fatos investigados por este escritório” pelo suposto cometimento de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”, crimes que podem levar, em teoria, à pena máxima de 30 anos de prisão. A falta de especificação foi levantada pelo ex-diplomata nas redes sociais, ao afirmar que Saab “tem se comportado reiteradamente como um acusador político” e que o Ministério Público pretende submetê-lo “a um questionamento sem especificar em que condição devo comparecer (acusado, testemunha ou especialista, segundo a lei venezuelana) e com a pré-qualificação de crimes não cometidos”.

Na semana passada, a principal coalizão opositora da Venezuela denunciou o que descreveu como “perseguição judicial” contra seu candidato. “A reiterada convocação do Ministério Público busca justificar um mandato de execução contra nosso candidato vencedor, para acentuar sua perseguição”, afirmou a Plataforma no X, formada por dez partidos opositores.

“É um passo importante para garantir que Maduro continue a sentir as consequências de seu mau governo na Venezuela”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, até 2031, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que não publicou os detalhes da contagem de votos, conforme exigido por lei.

O resultado foi validado pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), mas desconhecido por Washington, União Europeia e vários países latino-americanos. Durante o discurso transmitido pelo canal estatal VTV, ele pediu uma “revolução dentro da revolução” para liderar o país nos próximos anos.

— Eu sou o primeiro presidente chavista e, quando eu entregar o comando, quando chegar a hora, eu o entregarei a um presidente chavista — declarou. — Ninguém pode se considerar indispensável em qualquer cargo ou tarefa, nem mesmo eu, o ego, pelo amor de Deus, é o terreno fértil para a corrupção, para a traição.

Todos nós que estamos aqui estamos vacinados.

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