OMS: Brasil lidera casos de dengue globalmente, com 82% do total mundial registrados.

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Os números atualizados até o último dia 27 mostram que foram 7,67 milhões de casos suspeitos até agora neste ano, 3,57 milhões deles confirmados. Desse total, o Brasil representa 6,3 milhões dos casos suspeitos e 3,04 milhões dos comprovados laboratorialmente. Além disso, o país responde por 77,3% das 3.680 mortes e por 82,3% dos 16.242 casos de dengue grave globais.

No entanto, como muitos países não têm mecanismos de diagnóstico e registro da doença, o impacto verdadeiro da doença no mundo é provavelmente subestimado, diz a OMS. O órgão defende a necessidade de “uma vigilância robusta da dengue em tempo real” em resposta à alta da doença. “Embora um aumento substancial nos casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na Região das Américas, onde o número de casos já ultrapassou sete milhões até o final de abril de 2024, superando a alta anual de 4,6 milhões de casos em 2023”, destaca a organização.

“Esse número é três vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2023, destacando a aceleração desse problema de saúde”, continua. Por isso, determina ainda que, “dada a escala atual dos surtos de dengue”, o risco em nível global é avaliado como alto. No Brasil, por exemplo, o último informe do Ministério da Saúde mostra que o total de casos prováveis neste ano é 328,6% acima do registrado no mesmo período de 2023.

Além disso, o número de mortes também é 255,1% mais alto que o do mesmo período do ano passado e, assim como o de casos, o maior já registrado no país. O avanço histórico levou 10 estados e o Distrito Federal a decretaram situação de emergência: Acre; Amapá; Espírito Santo; Goiás; Minas Gerais; Paraná; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul; Santa Catarina e São Paulo, além de mais de 600 municípios. Desde meados de maio, porém, todos os estados brasileiros estão com tendência de queda da doença, seguindo o padrão esperado para a época do ano.

Com a melhora do cenário epidemiológico, o Acre revogou a medida. Entre as capitais que decretaram emergência, o Rio de Janeiro também deu fim ao status. “As atividades de controle de vetores devem ser direcionadas a todas as áreas onde há risco de contato humano-vetor, como residências, locais de trabalho, escolas e hospitais”, continua.

Sobre a vacinação, afirma que “deve ser vista como parte de uma estratégia integrada para controlar a doença, incluindo o controle de vetores, o gerenciamento adequado de casos, a educação e o envolvimento da comunidade”. A OMS destaca que, nesse sentido, recomenda o uso da vacina TAK-003, também conhecida como Qdenga, da farmacêutica Takeda, para crianças de 6 a 16 anos em locais com alta intensidade de disseminação da arbovirose. O imunizante é o utilizado na campanha inédita de proteção em andamento no Brasil.

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